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Arquitetos: Grupo SP; Alvaro Puntoni, João Sodré, Jonathan Davies
- Área: 3000 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Nelson Kon
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Fabricantes: Atlas Concorde, Deca, Planmetal
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Densidade e vazio
A cidade de São Paulo é marcada por sua densa ocupação que neblina a percepção seja de sua topografia original, seja dos seus poucos espaços não ocupados, sobretudo aqueles definidos e configurados pelo sítio original, pelos fenômenos geográficos. Um dos desafios para os arquitetos neste século talvez seja insistir a construção do vazio como quem abre clareiras e possibilita novas dimensões e espaços para o convívio em nossa cidade. Este edifício se insere nesta tese.
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Construção da Topografia
O edifício serve-se da topografia acidentada, a situação típica de vale, que existe entre a rua Simpatia – no nível mais alto – e a rua Medeiros de Albuquerque – no nível mais baixo – definindo a ocupação em dois blocos: um superior e aéreo– a estrutura habitacional – e outro inferior e arraigado – os serviços e espaços dos automóveis.
Entre estes dois blocos: um espaço, uma laje livre, acessada por uma passarela, possibilita que se possa olhar de forma desimpedida para a vertente oposta do vale.
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Desenho do movimento no espaço: caminhando entre as árvores
Por estar pairando sobre o pátio inferior, as copas das arvores frutíferas do jardim envoltório estão no nível de quem circula no pátio de acesso, o que pode ser um tesouro nesta passagem: pegar um fruto onde menos se espera.
Uma vez ultrapassada a porta de vidro, o espaço não se fecha, pelo contrário, insiste em permanecer aberto para a vista e para um jardim aquático que marca o espaço vazio existente no meio do edifício, para onde se abrem os elevadores e escadas. No seu extremo uma sala avarandada de uso coletivo dos moradores aberta para a paisagem, seja para festas ou encontros, encerra o passeio e permite ainda o acesso à piscina situada no pátio inferior.
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Apartamentos como Expressão dos Moradores
Os apartamentos são, na verdade, espaços vazios: planos abertos onde os moradores podem conformar os ambientes de acordo com suas necessidades e desejos.
Estão organizados em dois blocos opostos, Simpatia e Medeiros, com conformações e vistas diferenciadas, mas ambos oferecem múltiplas formas de ocupação, conforme as necessidades de vida de seus usuários.
Esta diversidade se expressa na aleatoriedade das aberturas das faces norte e sul que sublinham a singularidade de cada apartamento. Nas faces leste e oeste, planos de vidros na extensão total das unidades marcam a presença do edifício na paisagem urbana que, por sua vez, inunda o ambiente juntamente com a luz.
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Espaços de Convívio
O bloco de circulação vertical (escadas e elevadores) entre os dois apartamentos abre-se para varandas voltadas para o vazio interno como continuidade espacial do pátio de acesso. Junto a cada unidade se alarga e oferece um espaço gentil para entrar nas unidades. Este espaço é o espaço de encontro e convivência.
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Gentileza Urbana
No pátio inferior a piscina esta solta sobre o terreno, bordejando o jardim junto à rua Medeiros de Albuquerque. Mais uma vez se estabelece uma relação com a copa das arvores. Sob esta estrutura, com acesso no 1º subsolo, uma lavanderia se abre para o jardim. Finalmente, junto à rua o edifício oferta à cidade – por meio do recuo dos fechamentos da divisa – um banco, uma arvore, uma pequena praça para cidade: singela gentileza urbana.
Implantar um edifício habitacional neste lugar é uma construção da topografia e do vazio. Um desenho de “viver na cidade”.
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